quarta-feira, 30 de março de 2016




Ter um animal de estimação em casa requer alguns cuidados que passam por vários aspectos, entre eles a alimentação e vacinação, além do entretenimento e da atividade física, que podem prevenir diversas doenças. No entanto, com os espaços físicos nas grandes cidades cada vez mais reduzidos, a realidade aponta uma preocupação: a falta de um local adequado para a convivência desses animais.

Devido ao trabalho, estudo, vida social e até mesmo o trânsito, grande parte das pessoas fica cada vez menos em casa, deixando seus pets presos e sozinhos dentro de apartamentos, que geralmente não garantem o espaço adequado para a circulação. "Cães e gatos são animais que, em vida livre, ocupam territórios relativamente grandes e passam boa parte do seu dia caçando, procurando alimento ou socializando-se com seus pares. No momento em que aproximamos esses animais do nosso convívio, nós tiramos deles a opção de caçar e buscar alimento e diminuímos seu período de interações sociais. Tais fatores têm forte impacto na qualidade de vida desses animais e tal prejuízo é facilmente percebido ao vermos que é crescente o número de animais com distúrbios de comportamento", explica o médico- veterinário Dr. Guilherme Marques Soares.

Para minimizar o impacto do "cativeiro" e da falta de espaço a que esses animais são submetidos, o dono do animalzinho deve compensar com outros aspectos, como a atividade cotidiana e a interação social. Nesse caso, passeios e brincadeiras são fundamentais, pois estimulam o exercício físico e promovem a interação social.

Riscos da solidão

Apesar dos gatos lidarem melhor com a solidão, tanto eles como os cães são animais sociais que foram "programados" pela natureza para viverem em grupos e a sobrevivência de cada indivíduo depende da coesão do seu grupo. "O que não é natural deve ser ensinado, principalmente para os cães. Esses animais, se não aprendem a ficar sozinhos, têm um grande risco de desenvolver a Síndrome de Ansiedade por Separação, que tem como principais manifestações clínicas o comportamento destrutivo, a vocalização excessiva e a micção ou defecação em locais inapropriados. Tais manifestações costumam trazer problemas de ordem material (destruição de objetos, portas, sofás, colchões), social (queixas dos vizinhos em relação às vocalizações excessivas) ou sentimentais (ressentimentos em relação ao animal, por interpretar que seu mau comportamento é proposital)", alerta o Dr. Guilherme Soares.

Com relação ao barulho, o médico-veterinário ressalta que os animais não têm o senso crítico de que podem estar incomodando os vizinhos e vocalizam quando sentem necessidade. Nesse caso, para minimizar a questão, o responsável deve ter dois cuidados: oferecer atividade ao pet e educá-lo, já que a educação é um processo pelo qual o responsável insere o animal no contexto humano, ensinando-lhe os limites para o seu comportamento.

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